X Phantasy
Apesar de minha grande inépcia em se tratando de jogos de RPG, ainda mais se considerarmos o fato de que cresci com jogos plataforma, sempre fui atraído pela estética dos RPGs em si – os ambientes escapistas de fantasia (e não só isso, os gráficos dos good old 90s) me cativam muito a atenção. Por mais que não tenha crescido com qualquer jogo da série “Final Fantasy” ou afins, posso estudar seus gráficos por horas, e ouvir suas músicas para me recordar de coisas que nunca vivi – não pretendo, porém, jogar qualquer jogo da série para não estragar estas memórias (e passar vergonha).
Algo que GOSTARIA de jogar é o RPG dos anos 90 perfeito – com gráficos retrô onde tudo tenha a aparência de blocos (tal qual nos meus adorados N64 e PS1) e a trilha sonora seja inteiramente sintetizada, porém emocional. Mais ainda gostaria que tal trilha sonora fosse o singular disco “X Phantasy”, de um conjunto paquistanês(!) de nome Jangli Jaggas.
Apenas a capa já nos transmite uma peculiar, nostálgica sensação: uma fada abraçada a um unicórnio num fundo rosa, realmente fazendo-nos lembrar da capa de algum RPG da virada dos 90s para os 2000s. Sua aparência tacanha, porém, não deve ser menosprezada: o conteúdo é o que importa. E tal conteúdo é uma coletânea deveras sólida de música inspirada em videogames, que bem poderia ter sido composta com algum em mente – ora triunfal, ora misteriosa, mas com uma sensação de adrenalina sempre permeando-as. De brinde, algumas entrevistas com os membros da banda também estão presentes, para quem se interessar.
Apesar de sua raridade em ser encontrado em qualquer plataforma digital, tal qual qualquer outro álbum lançado pelo grupo (há, porém, um farto acervo disponibilizado no YouTube, sendo este, talvez, o único álbum em sua completude), não posso deixar de recomendar suficientemente esta fantasia – seja para verdadeiros amantes de RPG ou para quem simplesmente queira se evadir da realidade e invocar mundos imaginários.
(São Carlos, 8 de janeiro de 2024)