Silent Hill 2
Recentemente, para a minha grande surpresa e júbilo ainda maior, foi anunciado que um de meus jogos favoritos de minha franquia favorita, “Silent Hill 2”, receberá uma remasterização para os consoles da nova geração – este, e mais outros projetos também anunciados, trarão a franquia de volta à ativa depois de um hiato de 10 anos.
Lembro-me ainda de quando fui apresentado à série, o primeiro jogo que joguei tendo sido o terceiro. Até então só havia jogado jogos de plataforma, e, aos 14 anos, mergulhar num jogo com um enredo tão profundo e uma mitologia altamente detalhada abriu-me várias portas. Foi a franquia “Silent Hill” que me introduziu a uma de minhas maiores obsessões posteriores, o subconsciente humano – e, consequentemente, a manifestações de culpa e remorso.
Nada posso falar sobre “Silent Hill 2” que já não tenha sido dito por escribas muito mais talentosos que eu há mais de 20 anos. Ironicamente foi o último jogo da série que joguei antes de me aposentar como um assim chamado “gamer”, mas ainda hoje ocasionalmente quando estou a sós gosto de relembrar-me da história (que sei de cor mesmo depois de tanto tempo) e constatar que muito poucos tiveram a audácia de representar temas tão pesados em qualquer tipo de mídia desde então. A tríade de personagens James, Angela e Eddie estão entre alguns dos mais genuínos já criados, e é fácil simpatizar com eles pois seus problemas também são os de várias outras pessoas ao redor do mundo – quantos não vivem a remoer-se pela culpa de algum acontecimento? Quantos não sofrem calados por bullying, abuso sexual e depressão?
A este ponto nenhuma palavra escrita ou falada pode fazer jus à experiência que é “Silent Hill 2” – experiência tanto visual quanto auditiva. Tenho fé que esta nova versão fará de um ótimo jogo ainda melhor, apresentando mais pessoas a este instigante conto sobre remorso, amor, lembranças e redenção.
(São Carlos, 29 de novembro de 2022)