Sobre WATCHMEN - os quadrinhos e o filme
Dois escritores norte-americanos conseguiram elevar suas histórias em quadrinhos ao patamar de grandes obras da literatura universal: Neil Gaiman e Alan Moore. O primeiro é o autor da série Sandman – além de vários títulos em prosa, dentre eles o excelente livro de contos Coisas Frágeis – que criou um fantástico universo mitológico, baseado em seres arquetípicos, contextualizado para o século 21. O segundo é autor da série Watchmen, com desenhos de Dave Gibbons. Conheci Sandman em 2009, e Watchmen em 2010. Ambos me surpreenderam profundamente, com duas propostas totalmente diferentes.
Não é à toa que Watchmen está incluído em duas importantes listas de melhores livros: na obra 1001 livros para ler antes de morrer, organizada por Peter Boxall e a lista de 100 melhores romances da Revista Time. Watchmen consegue entrecruzar numa mesma história os mais diferentes personagens. Alguns, seres humanos como qualquer um de nós – a exemplo do Coruja e de Espectral – que em um dia qualquer decidiram vestir uma “fantasia” e sair pelas ruas, combatendo o crime. O Comediante, um mercenário cruel, sempre disposto a fazer qualquer negócio sujo e rentável. O louco do bem Rorschach, com seus traumas de infância e juventude, que o transformaram de um justiceiro em um insensível vingador. Ozmandyas, o homem mais inteligene do mundo, com sua síndrome de superioridade, que não hesita em provocar a morte de milhares de pessoas, em nome da paz mundial. E, por fim, Jon, o Doutor Manhattan, que após sofrer um acidente nuclear passa a ter poderes supra-humanos, tornando-se quase uma divindade, o que lhe provoca uma indiferença ciclópica em relação aos “insignificantes” humanos. Todos eles com seus conflitos, fragilidades, dores e dúvidas.
Alie-se a isto, uma história incidental de piratas, que permeia toda a obra. Um universo de personagens tão distintos que o conjunto teria tudo para dar errado. Mas não deu, graças à maestria narrativa e criatividade de Alan Moore, que acabou forjando um dos magistrais gibis de toda a história. Tudo isso envolvido em questões sociais, políticas, psicológicas e filosóficas de caráter universal, num clima de Guerra Fria e desastre atômico iminente.
Como se não bastasse, o filme Watchmen, dirigido por Zack Snyder (o mesmo diretor de 300), lançado em 2009, conseguiu ser uma das adaptações da literatura para o cinema mais fiéis que já assisti, chegando ao ponto de quase todas as falas das personagens serem literalmente iguais às dos quadrinhos.
Sem dúvida, um livro e um filme para serem vistos repetidas vezes e para viajarmos no mundo mágico deste gênio que nos prova que a Literatura de qualidade é sempre muito bem vinda, seja lá em que media for.
Dois escritores norte-americanos conseguiram elevar suas histórias em quadrinhos ao patamar de grandes obras da literatura universal: Neil Gaiman e Alan Moore. O primeiro é o autor da série Sandman – além de vários títulos em prosa, dentre eles o excelente livro de contos Coisas Frágeis – que criou um fantástico universo mitológico, baseado em seres arquetípicos, contextualizado para o século 21. O segundo é autor da série Watchmen, com desenhos de Dave Gibbons. Conheci Sandman em 2009, e Watchmen em 2010. Ambos me surpreenderam profundamente, com duas propostas totalmente diferentes.
Não é à toa que Watchmen está incluído em duas importantes listas de melhores livros: na obra 1001 livros para ler antes de morrer, organizada por Peter Boxall e a lista de 100 melhores romances da Revista Time. Watchmen consegue entrecruzar numa mesma história os mais diferentes personagens. Alguns, seres humanos como qualquer um de nós – a exemplo do Coruja e de Espectral – que em um dia qualquer decidiram vestir uma “fantasia” e sair pelas ruas, combatendo o crime. O Comediante, um mercenário cruel, sempre disposto a fazer qualquer negócio sujo e rentável. O louco do bem Rorschach, com seus traumas de infância e juventude, que o transformaram de um justiceiro em um insensível vingador. Ozmandyas, o homem mais inteligene do mundo, com sua síndrome de superioridade, que não hesita em provocar a morte de milhares de pessoas, em nome da paz mundial. E, por fim, Jon, o Doutor Manhattan, que após sofrer um acidente nuclear passa a ter poderes supra-humanos, tornando-se quase uma divindade, o que lhe provoca uma indiferença ciclópica em relação aos “insignificantes” humanos. Todos eles com seus conflitos, fragilidades, dores e dúvidas.
Alie-se a isto, uma história incidental de piratas, que permeia toda a obra. Um universo de personagens tão distintos que o conjunto teria tudo para dar errado. Mas não deu, graças à maestria narrativa e criatividade de Alan Moore, que acabou forjando um dos magistrais gibis de toda a história. Tudo isso envolvido em questões sociais, políticas, psicológicas e filosóficas de caráter universal, num clima de Guerra Fria e desastre atômico iminente.
Como se não bastasse, o filme Watchmen, dirigido por Zack Snyder (o mesmo diretor de 300), lançado em 2009, conseguiu ser uma das adaptações da literatura para o cinema mais fiéis que já assisti, chegando ao ponto de quase todas as falas das personagens serem literalmente iguais às dos quadrinhos.
Sem dúvida, um livro e um filme para serem vistos repetidas vezes e para viajarmos no mundo mágico deste gênio que nos prova que a Literatura de qualidade é sempre muito bem vinda, seja lá em que media for.