PARTE DA MULTIDÃO
O uno era duo,
algo inimaginável,
quiçá,
que o resultado
precisava,
abertamente,
de sentimentos verídicos.
Era impossível
perceber a totalidade
fechado do mundo
num mundo a parte.
Dois era quantidade
grande demais
para caber
na pequenez individual,
algo que somente
o uno poderia habitar.
Não era culpa do local,
nem tampouco,
obra natural
do ambiente.
O duo se fazia uno
na insípida
sensação arbitrária
de quem sonha
erroneamente
com o outro.
Era o erro fatal
de nossas feridas
tão abertas....
tão machucadas...
tão infecciosas.