REMÉDIO
Sejamos firmes
iguais as rochas
presentes
aos arredores
do mar revoltoso.
Tentemos entender
melhor nossas
limitações,
ao ponto certo,
digo,
sem exagero.
Busquemos força
nas entranhas
subterrâneas
de algum
voluptuoso luar,
feito poesia
proibida, aos
olhos de quem
quebra
todas as regras.
Tentemos lamber
todos os ferimentos
constituídos
das nossas dores
morais,
ditos animais
racionais,
mas, que também,
são capazes
do choro incontrolável
rumo
ao alívio das mesmas.
Busquemos não mudar
o nosso melhor
conjunto,
seja lá qual for,
os intuitos abstratos
remendados
iguais as pétalas
cor
vermelho sangue,
das flores,
cuidadas nos jardins
particulares
existentes em mentes
férteis.
Se nada, por algum
acaso,
não der certo,
apenas grite forte,
levante-se
contra a mortífera
sensação
desagregadora da paz,
paz interior,
sem medos profundos,
somente,
o necessário romper
dos cordões
que ligam memórias
aos "bem" intencionados
lobos ferozes
de alma soturna
e voe
rumo ao infinito.