DO LIVRO DA VIDA
43)À vezes, encontro-me dedicando atenção ao exame, ainda que empírico, da condição dos seres humanos dos quais sou imagem e sombra.
Concluo que somos seres frágeis e circunstanciais, sujeitos às influências contraditórias de nossa existência.
Constato como é tênue a linha que separa a sensatez da insensatez.
A Felicidade da tristeza.
O riso da lágrima.
A lucidez da loucura.
A Euforia da depressão.
Existem pessoas que são como um sol, iluminando o nascer de um novo dia e, comparo os seus sorrisos, suas alegrias, com uma sinfonia da natureza cujas notas harmônicas nos trazem paz, amor, fé e esperança e uma felicidade infinita.
Existem pessoas que trazem no rosto, um certo ar de tristeza que eu não consigo explicar...e declaram-se frágeis ao primeiro contato, ao primeiro olhar, ao primeiro cumprimento...
Existem outras que se apresentam com um rosto duro, cujas cicatrizes feitas de silencio e de dor, as torna inflexíveis, distantes e incapazes de expressarem sentimentos, como se fossem um tronco à deriva ou como um velho barco danificado e solitário amarrado a um porto vazio...
Por isto tenho muito cuidado com as palavras e não me perdoo quando por usá-las, inadequadamente, produzo sentimentos que se distanciam da serenidade da harmonia, da paz da alegria, que deveria estar presente nos olhos e nas fisionomias de todas as pessoas...