O CQC elegeu Bolsonaro
A piada de condenar o monstro é fazer monstro. O ridículo mostrado é ibope dado. A violência condenada é violência dada. Mesmo que essas teses parecem desconexas, são validades comuns dos extremos. O absurdo, além de vender, promove. Toda curiosidade humana se inclina na direção na transgressão, contraditoriamente, também vende.
Dado isso, o CQC elegeu Bolsonaro. Essa tese é notória em três pontos: Primeiro, o dignitário Marcelo Tas é jornalista e ignorante dos efeitos do seu exercício; segundo, ainda sobre o Tas, dada figura supostamente intelectual, influente e ingênua, demonstra catástrofe ainda mais ampla, que atinge maior número de pessoas na sociedade; terceiro e não menos importante, a partir do programa e suas exibições supostamente críticas, o efeito nas urnas foi contrário, sendo mais votado deputado em 2014, coincidentemente logo após inúmeras campanhas do CQC e, para espanto, posteriormente eleito presidente.
Empresários vendem! Jornalistas ainda educam a massa, mesmo sem compreender extensão do trágico e da piada nos meios supostamente gratuitos e disponíveis ao povo. Quando eu era criança, achava que todos compreendiam o efeito estético das cores, que não são inimigas, pelo contrário, iluminam os grãos e fazem-no significativos.
O que é pior talvez seja a contradição do pseud. intelectual pois, na metade do ano de 2024, esse respeitável comunicador que criticou a polarização, fez circular num programa (Roda Viva) de entrevistas que, o fato de Bolsonaro ser eleito não teve nada a ver com o CQC. Que a eleição do tirano pós 2014 teve a ver com o fracasso do PT e mais, que a maioria desses que embasam a tese de ajuda do CQC na popularidade de Bolsonaro são advindas do círculo do PT.
- Aí deu! Talvez seja um problema de lógica. Se o CQC, fracasso do PT e outros motivos podem ter sido preponderantes para ascensão do tirano, não saberemos exatamente. Por outro lado, os números de sua eleição pós programa são no mínimo fatos para a cautela, coisa que o jornalista abriu mão em sua entrevista, submetendo sua função nesse ramo da venda de imagens à ingênuos como ele, espelhos de uma nação decadente.