A DIMENSÃO DO SIMBÓLICO
Poderíamos viver num mundo onde tudo possa ser perfeitamente explicável e previsível? Num mundo apenas de sinais facilmente inteligíveis? Num mundo onde tudo passa a ser controlado, manipulado e regido pelo império da racionalidade do homem, tal como uma área industrial movida por robôs e máquinas de última geração? Certamente que a criatividade, o improviso, os sonhos e a poesia ficariam de fora, de modo que nos deixaria opacos de toda beleza da vida que ainda nos resta e nos mantém vivos e resilientes. Aliás, é através desses elementos que a nossa existência descobre a infinitude da espiritualidade a inspirar os homens a uma vida de encontro com o Divino e sua centelha nas criações culturais. Sem a dimensão do simbólico, o mundo seria sem cor e vazio; sem brilho e profundamente tétrico e escuro. É através do símbolo que colorimos o imaginário, descortinando muitos dos mistérios e daqueles fulgores presentes na imensidão do cosmos para o coração da alma humana. É dessa inspiração do simbólico que o ser humano pode gerar as grandes obras-primas: passíveis de inúmeras reinterpretações, análises e divagações, e favoráveis para o voo do espírito poético que nos move desde sempre.