VAZIO
O que fazer quando, não importando o lado para o qual apontemos nossos olhares, o que se mostra são objetos amorfos delimitados por linhas de uma existência condicionada ao que é tomado como aquilo que deve ser? Há escapes, não há dúvidas. Mas, ao adentrar os buracos da existência, cavoucar profundamente, as unhas cheias de terra refletem perfeitamente o que atormentava na superfície: o vazio de uma vida estagnada; a paralização de um corpo que corre em linha fechada. Aonde está o vazio que me receberá, me abraçará e servirá de território a construir? Será que todos já estão tomados pelas múltiplas camadas desta densa transparência?