Sobre o Tédio
Nietzsche disse certa vez que “a fuga do tédio é a mãe de todas as artes”. E por que fugimos tanto do tédio? Porque o tédio é tido como algo ruim? Por que lutamos para afastá-lo de nós a todo instante? Porque o tédio é um estado do qual não conseguimos nos livrar e que vem logo nos mostrar certas verdades que não queremos encarar, verdades desagradáveis sobre a vida: a nossa insignificância, nossas limitações, as pequenas gotas de explicações que sabemos diante de oceanos infinitos que desconhecemos, a falta de sentido da vida, as dores em se viver, em se amar, em suportar a nós mesmos; o cheiro da futilidadas que se exala de todas as coisas, de todas as pessoas, de nossas ações... O tédio a nos descortinar a nossa inexorável caminhada rumo a velhice, ao esquecimento, às doenças e tantas e tantas fragilidades desta reles e prodigiosa matéria chamada “corpo”, que segue sem querer seguir em direção à desconhecida estação_ a morte.