Aforismos (28): justiça social

Existem duas classes de cidadãos: os pagadores e os recebedores de impostos. Só se pode pertencer a uma delas.

Para descobrir a qual você pertence, basta se perguntar se você acorda todas as manhãs com a sensação de estar sendo roubado.

Pelo princípio da não tributação sem representação, seria virtualmente impossível roubar os pagadores de impostos; afinal, quem seria louco de arruinar o próprio patrimônio. Donde se infere que o cume da arte, em matéria de subtração da poupança popular, consiste em dar aos não pagadores de impostos o poder de criá-los.

O governante que confunde esmola com direito é mal intencionado, pois nessa confusão se oculta o dolo criminoso de extorquir os pagadores com a cumplicidade dos recebedores.

A diferença entre o pedinte e o assaltante é que o segundo determina o valor da esmola (...e a sociedade em que os pagadores se tornaram reféns dos recebedores legalizou o assalto).

Nenhuma espécie de almoço grátis ou benefício social é pago pelo Governo, mas exclusivamente pela classe dos pagadores de impostos.

A ingratidão dos recebedores para com os pagadores, induzida por demagogos, é uma das mais infames injustiças sociais.

Aquele que disser a um homem adulto que a assistência social assegura dignidade aos que dela vivem, este é um demagogo oportunista.

O Estado Social é o verme roedor da bondade, porque drena as fontes da caridade e da virtude.

Quem classifica a seguridade social como direito visa destruir os laços de fraternidade humana voluntária, porque constituem a principal defesa social contra a tirania.

O pobre que acredita receber sua dignidade das mãos de um político é o escravo consumado.

A diferença entre alimentar-se e ser alimentado é a mesma existente entre uma pessoa humana e um frango de granja.

A assistência social visa apenas prolongar a vida vegetativa. A vida propriamente humana só começa com a baixa no cadastro.

A única dignidade envolvida no ato piedoso da esmola é a da mão caridosa alivia o sofrimento humano.

O risco de morte por preguiça é uma fonte saudável de motivação e desenvolvimento humano, não devendo ser eliminado por completo.

A declaração de que as escolas e hospitais públicos são gratuitos é tipicamente demagógica.