Juliana Alves Batista dos Santos
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Jogamos inicialmente e quase nos perdemos.
Uma e outra palavra grosseira, é verdade...
Levianas acusações, você as fez todas, claro!
Imaginar-me louco e apressado, um devasso!,
Achava mesmo isso de mim, doce princesa?
Não acreditava existir um real sentimento?
Ah tempo cruel e valor maior das torpes crises.
A vaidade e os medos podem nos iludir demais.
Lembrar de um passado recente com amarras...
Vertendo a desilusão anterior para um novo amor,
Explica as fugas, mas destrói possibilidades.
Sejamos menos passado e busquemos o novo.
Banalizamos o essencial que há em nós mesmos.
Afinal, foi mera impressão inicial o que senti?
Tenho meus medos também – isso parece óbvio.
Ignorar meus sentimentos e o passado que tive,
Seria tão egoísta como pensar dois isoladamente.
Tentaremos ou apenas haverá perguntas, sempre?
Até onde é lícito não se permitir por puro medo?
Depois das divagações iniciais e das intrigas,
Ousamos trocar flertes e tudo se transformou...
Sentimos a sensibilidade um do outro – amei!
Será que num amanhã recente e reluzente,
Amalgamado pelo sabor dos nossos corpos,
Não trocaremos os pontapés por pontas-cabeças,
Trocando as farpas por harpas do amor pleno?
Onde os erros pareciam decisíveis e terminais
Sinto que haverá fervorosos gemidos e ais.
Nijair Araújo Pinto
Fortaleza-Ce, 26 de abril ded 2008.
17h41min