Calhandras do Rio Grande.

C anto, charla e poesia, som de gaita e de violão,

E ncantando todo o dia, entrando em nosso galpão.

S ão sabiás no arvoredo, calhandras pelas flexilhas,

A encantar todo o dia nossa gente no rincão.

R essoam na Pátria Pampa, na altivez das coxilhas.

O nde cruza o minuano, cruza também o seu canto,

L argo, num trote manso, num galope compassado,

I ndo de pago em pago levar seu canto e encanto.

V ioleiro e cantador das coisas deste meu pago,

E s um ícone sagrado, encravado neste solo,

I ndio taura, não se achica, segue a galope no más,

R aízes, sei que tu traz neste teu peito fronteiro,

A jujado, bem campeiro, que cosa linda, rapaz.

R io Grande Velho, os teus filhos te agradecem.

O utro índio, outro quera, outro taura deste chão,

G uri pachola, buenacho, com chapéu de barbicacho,

E ntreverado nas cordas esticadas do violão.

R everencio este pagos, pelos filhos que ele tem.

I nda trago no meu peito, as vozes que vêm da alma,

O uço cantos, melodias, seu encanto me faz bem.

M uitos queras do Rio Grande reverenciam teu canto,

E outros, te seguem firmes, neste mundo tão pequeno,

L ongas são as caminhadas pelos pagos deste chão.

O uçam a voz que diz: “Não afroxa, moreno.”

Marcos Bitencourt
Enviado por Marcos Bitencourt em 15/05/2008
Código do texto: T990946
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