Calhandras do Rio Grande.
C anto, charla e poesia, som de gaita e de violão,
E ncantando todo o dia, entrando em nosso galpão.
S ão sabiás no arvoredo, calhandras pelas flexilhas,
A encantar todo o dia nossa gente no rincão.
R essoam na Pátria Pampa, na altivez das coxilhas.
O nde cruza o minuano, cruza também o seu canto,
L argo, num trote manso, num galope compassado,
I ndo de pago em pago levar seu canto e encanto.
V ioleiro e cantador das coisas deste meu pago,
E s um ícone sagrado, encravado neste solo,
I ndio taura, não se achica, segue a galope no más,
R aízes, sei que tu traz neste teu peito fronteiro,
A jujado, bem campeiro, que cosa linda, rapaz.
R io Grande Velho, os teus filhos te agradecem.
O utro índio, outro quera, outro taura deste chão,
G uri pachola, buenacho, com chapéu de barbicacho,
E ntreverado nas cordas esticadas do violão.
R everencio este pagos, pelos filhos que ele tem.
I nda trago no meu peito, as vozes que vêm da alma,
O uço cantos, melodias, seu encanto me faz bem.
M uitos queras do Rio Grande reverenciam teu canto,
E outros, te seguem firmes, neste mundo tão pequeno,
L ongas são as caminhadas pelos pagos deste chão.
O uçam a voz que diz: “Não afroxa, moreno.”