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Belos olhos, de encanto sedutor.
Espetáculo divino existe em seu sorriso.
Tenra mulher, esculpida à mão divina,
Há em você um pouco de tudo, de felina.
Sensual, seiva bruta que se lapida
A cada instante e para todo sempre,
Imaginar-me entre os amigos, isso,
Deixa-me honrado, feliz e expectador
Ainda imperfeito – escravo que se priva.
Dedos, mãos, pele... Tudo, em detalhe,
Envolve os devaneios de quem apenas observa.
Seja mortal e me permita um toque:
Ávido, espero tamanha dose de alegria.
Beijar-te-ia os pés, ficaria ao rés do chão,
Apenas e unicamente pelo toque da pele.
Rainha extemporânea, deusa errante.
Recuso crer que você deveras existe.
Eu quero um toque, belisque-me!
Tenho arrufos e a ilusão inexiste.
Outro instante singelo no afã que se repele.
Deixe-me uma lembrança...
Invadindo-me, não como fêmea,
O que desejo é simples, tal criança,
Zingrando o universo a cada dia.
Gaia vida, lépida razão emergente.
Idiossincrasias de feroz devastação.
Nada repele o encantamento
Oriundo do simples pulsar do coração.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 9 de março de 2006.
0h34min