Márcia Cristina Macêdo Machado

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Menina ou mulher? Eis a dúvida primeira.

Árvore da vida, raiz da genealogia, o próprio bem.

Recônditas, minhas incertezas permanecem.

Como ousar tamanha intimidade, indiscrição?

Ingrato e pífio homem – deixe de especulação!

A pureza existe não em pedaços, mas por inteira.

Carregadas de desejo as palavras se me exultam,

Rasgando-me a timidez que costumeiramente é tenaz.

Inspiram-me questões de foro íntimo demais,

Sentenciando-me à morte precoce quando buscam

Traduzir em corporais as razões ligadas ao ser.

Iniciada ou não, que importa, faço-me por merecer,

Não apenas a alma, mas o corpo que ora professo.

Afaste-me, xingue-me, faça tudo... mas eu presto!

Meus olhos nunca fitaram os seus... eu posso?

Avalie-me. Olhe para os lados... Existem outros mundos.

Calada, esquiva e meiga, você não se deixa admirar.

Êxodo também se faz da própria vida, e moribundos,

Degredados renitentes nos deixarão sozinhos partir.

O ócio se manifesta quando fazemos da vida um troço.

Meneios de lânguida fêmea – desejada, sim!

Ande e fique certa da beleza que você possui.

Calafrios me invadem e me ouriçam a pele

Hoje, amanhã e sempre... sempre que passe por mim.

Acredita no poder imponderável da mulher, que não repele?

Deixe-me explicar. É o poder animal, que flui.

O poder que me fez súdito de um trono que nunca tive.

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 9 de março de 2006.

3h6min