Raios 1

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Raios pendentes de brilho alucinante,

Onde me deleito em cada fio da textura.

Eu zombaria de mim se revelasse

A magia que seus cabelos exercem?

Não! Que bom... Assim fico feliz.

Afinal, eles são belos, de lindo matiz.

Nas entrelinhas dessas madeixas

Existe furor de fêmea errante.

Há ira de mulher que, sendo amante,

Valoriza o amor como ninguém.

Anda sem medo, como serena gueixa.

Lábios sem igual – poderia senti-los?

Ondas de amor que vagam sem fim...

Ou perco a esperança ou nunca desisto.

Explique-me como fugir se está distante?

Sou otimista, mas a lacuna me põe assim.

Ferrenhos, meus desejos não se esvaem.

São míseros centavos da minha ilusão.

Resto da magia e do encanto que me bastam,

Rogam sua presença aqui, venha, dou a mão.

Ah! Ilusão maldita dos meus bendizeres...

Recolha-me ao claustro do ressentimento.

Idolatro uma deusa tão distante que não tenho.

Nijair Araújo Pinto

Fortaleza-CE, 17 de fevereiro de 2006.

16h37min