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Faço de min uma autenticidade de pura rara.
Afinal, ser meiga e não ser deveras melosa,
Brinca com a imaginação dos tolos homens.
Invento, isso sim, minha própria cara.
Ah que loucura é saber que o oculto,
Não uma omissão desmedida, frívola e fútil,
Arrebata todo homem de mente airosa.
Cada pedaço de mim que guardo e escondo...
Ao rés do meu casto palacete eu posso dar.
Rainha? Deusa extemporânea? Defina-me?
Onde e o que queres: apenas me encontrar?
Leia meus olhos. Interprete, a vida pede!
Idiotas, tolos homens... Somos tão simples.
Não exigimos nada além de uma provocação.
A vida pede buscas e a minha é de emoção.
Calafrios me invadem a imaginação fértil.
Ando em passos largos, sozinha e a dois.
Nego que isso me apavora, mas depois,
Entre o calor do ato e a solidão da noite,
Deito-me e meu corpo, cansado do açoite,
Ousa em me revelar que amei demais.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 7 de março de 2008.
20h54min