A sua Mercê
A sua Mercê
Retida na aflição que desabou sobre meu coração,
Envolveu-me um silêncio latente...
Numa porção de medo inusitado
Enquanto minha mente se retraia confusa e assustada.
Diante a debilidade para combater o que começava a circular em minhas veias entreguei meu corpo e minh’alma a mercê de sua voracidade
Fraca e inerte diante sua incrível sagacidade, ora
Indecifrável, ora despretensiosa e
Genuinamente natural, com
Uma capacidade infinita de produzir-me
Emoções que me fazem
Ir a total entrega a sua volúpia
Realmente na consigo fugir desse ser misterioso e mágico
E me embriago de sua arte de amar
Discreta que flutua no ar
Onde o tempo não parece passar
Só me resta a vontade de passear novamente pelo seu corpo
E ficar fitando sua nudez viril, febril, orgil, sem pressa... E
Amanhecer fatigados... No coração e na mente.
Bastaria tentar entender
Esse seu rosto bonito,
Revelar de que deuses são esses traços celestiais
Inéditos, inesquecível, mas
Não consigo desvendar esse seu sorriso enigmático, meio infinito...
Desconcertando-me e tirando-me o chão
Onde paro insegura frente ao seu corpo fecundando em minhas entranhas
Alimentando o êxtase que inoculaste em minh’alma
Girando e explodindo em mim como vendaval
Um nutrindo-se da essência do outro, aprisionados num só corpo, num só sentimento
E mutuamente sentindo os sabores orgásticos dessa fusão infinita como o tempo.
Autora: Cláudia Márcia de Andrade
Em: 26/06/2004