Jeovane: um pequeno acróstico sobre os enigmas da vida e da morte

Jaz outro corpo morto na escuridão e na solidão da sepultura

Enterrado e impelido pelo tempo - o senhor de tudo - atroz e fugaz

Ontem ainda no prélio, na lida pela vida; hoje já desvenecido, vencido, ido numa ida comovida

Viveu pouco, viveu muito, morreu todo, morreu nada

Ainda perdurará vivaz, pois fará residência nas nossas reminiscências, lembrado pela sua luta impávida

Naquele sorriso fácil, no abraço caloroso, nas canções que você compôs, nas que emprestou a sua bela voz e no exemplo do tanto que tu foras pertinaz

Escreveria na lápide assim o seu epitáfio:

"Enigmas da vida (ou seriam da morte?), fui um ser de sorte e não lamento a desdita, pois fiz amigos, fui feliz, amei, atuei e aturei com bravura dur(ante) toda minha aventura".