Carinho é bom demais
Relembrando José Norinaldo Tavares
(In memorian)
Texto: 9/10/2023
Saudades da Roça.
J. Norinaldo.
O que eu tinha na cabeça
quando deixei deste lugar,
pra vir parar
aonde estou vivendo agora,
uma casa em cima da outra
arrodeada de ferro,
donde não posso colocar o pé pra fora.
Ah! Que saudade da grandeza do meu campo,
do pirilampo a bordar a noite escura,
do velho fogão a lenha e da bóia
muitas vezes sem mistura.
Ah! Que saudade da campina e do riacho,
da linda sombra do pé de jequitibá,
vivo pedindo a Deus
com muita fé antes que morra,
quero novamente brincar de gangorra
e comer fruta no pé.
Ah! Que saudade do cheiro da terra,
quando a chuva começava a cair,
e o riacho transbordava de verdade,
para a felicidade do pequeno lambari.
Até o céu ali era mais bonito e maior,
aqui dá dó o pedaço
que eu vejo ou me disseram,
dá pra contar as estrelas tão distantes,
nem um pouquinho brilhantes
como lá na roça eram.
Nem sei se sirvo pra voltar pra minha roça,
pra uma paioça lá pela beira do rio,
vez por outra sonho com uma roupa remendada,
dando de mão na enxada para ir plantar o mio.
Fazer o que, vou ter
que morrer por aqui onde estou,
filho doutor não vai querer ir morar na roça,
esta vida faz da gente o que bem quer,
ainda temos que dizer que a vida é nossa
Saudade da Roça
Angélica Gouvea
S ó se tem saudade do é que bom
A vida na roça tem mais beleza
U m riacho, os pássaros e tudo mais
D ando um colorido a natureza
A vida era simples e verdadeira.
D oce descanço numa pescaria
E passava o dia, era só alegria
D o calor do fogão a lenha
A té de dizer que se estava prenha
R oça, lugar gostoso de se morar
O som de lá e a voz de Deus
C antando para os filhos teus
A penas, para nos amar