Utopia do Negro

UTOPIA DO NEGRO

O latinar das suas lágrimas

Vagueando sobre o insolente

Corpo de escrava.

Enxergo-te a aparvalhar no calar-se

Da esteira, os lagrimejando ao relembrar

A dor dos seus netos levados.

Revestida de milenares de dores

Sobre as pupilas sombrias de barrancos

E choros. Por onde em barcos e navios

Seu nobre filho embarca, desperta, minha mãe!

Ernesto Moamba

Moçambique

UTOPIA DO NEGRO

Um dia estas lágrimas irão secar

Teu grito de alerta vai despertar

O mais duro dos corações

Para que não vos roubem os filhos

Imploro a Deus que isto aconteça

A esta gente, que o mal não permaneça

Descubra novos caminhos

Onde possam aparar os espinhos

No mundo de tanta violência

Eu me junto a voce amigo

Grito o mais alto possível

Respeito, justiça AMOR

O Pai nos livre da dor.

Angélica Gouvea