Sonhei que morri
SONHEI QUE MORRI
Sonhei que morri;
E quando nas trevas me encontrei
Vi ao longe uma luz... como uma estrela,
Não excitei... fui ao encontro dela;
Quando, a custo, junto dela cheguei,
Vi uma porta dourada... nela bati...
Veio S. Pedro, já velhinho, azorrando os pés...
...o mordomo do reino do céu...
Cansada, pedi que me deixa-se entrar!...
S. Pedro coçando a cabeça... ficou a olhar...
Não me reconheceu... respondeu:
Mulher... não sei quem és!
-Não me conhece?... Respondi admirada,
Faça-me um favor... chame o Senhor...
Ou a Virgem, sua Mãe...
...eles me conhecem muito bem!
Quando chegou Jesus, nosso rei e Salvador,
Senti-me salva... respirei aliviada!...
Mas o Senhor fitou-me... e disse-me com dureza:
-Lembraste-te de mim em horas de dor... de agonia...
Mas nas horas de triunfo, nos momentos de vitória,
Não escutei de ti, uma simples jaculatória!
-Senhor, te lembrei em algum momento de alegria,
Certamente... -respondi angustiada, e com tristeza.
Depois que minha consciência examinei,
Concluí que o Senhor tinha razão...
O esqueci em ocasiões... com frequência.
Chorei arrependida... e gritei: -Senhor... clemência!...
Dá-me uma segunda chance... por compaixão!
Nesse preciso momento... acordei!
Poema: Fátima R. Roque Antunes
(Retraços)
Imagem: Autor desconhecido
SONHEI QUE MORRI
Sentiu o arrependimento
O perdão pediu mesmo em sonho
No peito um coração tristonho
Há um grande tormento
E que nos faz tomar consciência
Implorando a Deus por clemência.
Que possamos então refletir
Um novo caminho poder seguir
E buscar na vida o essencial
Mas de prontidão, louvar
Ouvir atentamente o Senhor
Recebendo a graça
Recebe também o dever
Ir pelo mundo e também
ao irmão oferecer.
Angélica Gouvea