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Há em mim um desejo ardente e também sutil:

Entre tantos encantos da vida, quero você!

Lucidez tênue ou devaneio sem razão de ser?

E se me desse uma única chance, uma em mil?

Não a desperdiçaria e num repente, mágico instante,

As vidas, nossas vidas, mudariam: ato flagrante.

Nunca, mesmo em puro transe, imaginei possível

Estar com você da forma como estive, ‘despido’!

Loucura, sei que foi loucura, mas é que a tela...

Lembra da tela? Ela estava desfocada, sem nitidez.

Y – símbolo da masculinidade genética e da nudez.

Gozamos de tudo: dos valores, das imposições...

O que fizemos foi tão somente ato tresloucado!

Mais que crianças petulantes, bolinamos um bocado,

Esperando um real toque que não veio depois.

Se somos reais, custa estarmos deveras a dois?

Deixamos no chão um pouco do nosso desejo.

E agora, ainda acordado, busco você e não te vejo.

Melei minha mão melosamente, muito mesmo!

Elevei esta esperança e espreitarei eternas expectativas.

Louco...Leviano. Louvarei: linda, linda, linda... Louvei!

Ousei oscular onde outro, outrora, obliterou ociosamente.

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 18 de novembro de 2007.

00h03min