O PAI DO ESCRITOR
Alguém um dia me disse que eu seria escritor.
Lamento, mas não sei quem foi este delator!
Vagamente só me vem à mente
Algo assim, tão diferente!
Relembrar coisas passadas para mim é bem terrível,
O mais certo, no entanto, não é nada impossível!
Felizmente, porém agora
Em perfeito estado de memória
Relembro, mesmo que vagamente
Revendo arquivos do inconsciente,
Entre um fato e outros tantos
Institivamente, quase que chego aos prantos,
Revivendo, alegremente tão belo depoimento
Ao acordar de um pesadelo que me era sofrimento!
Depois disto, bem acordado no meu leito
Eu estou feliz, alegre e bastante satisfeito!
Pois agora bem refeito, com a memória bem no jeito
Anunciar, eu poderia que esta pessoa no passado
Um dia, bem reservada, tal fato foi revelado!
Lembrei agora quem era: o pai deste escritor
Analfabeto é bem verdade, mas um grande pensador.