O PAI DO ESCRITOR

 

Alguém um dia me disse que eu seria escritor.

Lamento, mas não sei quem foi este delator!

Vagamente só me vem à mente

Algo assim, tão diferente!

Relembrar coisas passadas para mim é bem terrível,

O mais certo, no entanto, não é nada impossível!

 

Felizmente, porém agora

Em perfeito estado de memória

Relembro, mesmo que vagamente

Revendo arquivos do inconsciente,

Entre um fato e outros tantos

Institivamente, quase que chego aos prantos,

Revivendo, alegremente tão belo depoimento

Ao acordar de um pesadelo que me era sofrimento!

 

Depois disto, bem acordado no meu leito

Eu estou feliz, alegre e bastante satisfeito!

 

Pois agora bem refeito, com a memória bem no jeito

Anunciar, eu poderia que esta pessoa no passado

Um dia, bem reservada, tal fato foi revelado!

Lembrei agora quem era: o pai deste escritor

Analfabeto é bem verdade, mas um grande pensador.

ÁLVARO ALVIM
Enviado por ÁLVARO ALVIM em 29/03/2023
Reeditado em 21/04/2023
Código do texto: T7751570
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.