Flores de plásticos não morrem

FLORES DE PLÁSTICOS NÃO MORREM

Andavas entre rosas e espinhos

Nos porões fétidos da ditadura

A liberdade privada, desatinos

Privações, horrores... torturas.

E na luta árdua pela nossa libertação

Enfrentastes os fuzis com belas flores

No teu olhar o desprezo pela revolução

Gesto sutil, sorristes disfarçando dores.

Das pacíficas intenções incompreendida

Eles te torturaram, estupraram, abortastes

O sonho de liberdade que habitava teu ser

Sozinha, em frangalhos mas destemida

No derradeiro instante final enfrentastes

Os fuzis que anteciparam tua breve partida.

Maurélio Machado.

F ez do pouco tempo a sua luta

L evantou o desejo de liberdade

O usou de alguma forma ganhar esta disputa

R ealidade nua e crua da ditadura

E svasiou teus sonhos, mas não morreu

S ua voz ecoou até hoje neste chão

D este a tua vida, nesta aventura

E tornou-se a mais bela das criaturas

P ela ruas foram muitos que se dispuseram

L evar a todos um novo caminho

A ssim sem medos das pedra e espinhos

S oltaram seus gritos e foram

T odos silenciados na prisão

I sto sem contar com a privação

C onhecem o horrores das torturas

O corpo cansado, mas sempre sorrindo

S oube com as flores, suportar suas dores.

N ão pôde ver, um novo tempo surgindo

A onde fechou-se este tempo ingrato

O s canhões e os fuzis pararam de fato;

M as sempre existe as desilusões

O culto, mas vivo, o terror continua

R eunem milhares na rua

R equer de novo a mesma liberdade

E luta para vencer a corrupção

M as o governo, não aceita perder

as regalias desta situação.

Angélica Gouvea