Olhos sofridos

OLHOS SOFRIDOS

Olhes para mim...

Digas o que vês?

Sou mesmo assim...

É... Podes crês!

Sou criança pobre...

Implorando por alimento,

Mas poderia ser nobre

Basta-me acolhimento.

Estou a sofrer... Tenho fome!

Mas nada sou... Um ninguém...

Sem mesmo ter um nome,

Apenas outro qualquer sem um vintém!

E você? Que já fez por gente como eu?

Nada!!! Mas, querias...

Porém a vontade se perdeu...

Pois não és tu quem sofreu!

E nesta desigualdade sem fim

Estamos nós, os abandonados...

Sempre olhares tristes, enfim...

Desejando apenas serem encontrados!

Eu te vejo, mas e você?

Passa sem nem olhar!

Resta-me viver a mercê

Do sofrer e do penar!

Gislaine Lima

OLHOS SOFRIDOS

O lho e peço perdão

L i, e vejo, pedes pão

H á culpa em minha alma

O vi, perdi a calma, pois

S ei, és meu irmão

S ofre a beira do caminho

O que faço, passo adiante

F alo: Não tenho tempo

R etiro-me apressado

I ndo sem ao menos pensar

D eixei Jesus de lado

O lho-me querendo ser amado

S egui em frente, senti-me desesperado

Angélica Gouvea