A METÁSTASE DA SAUDADE...
Fluídica, a seta aguda se faz lágrimas
Eterninando o desencanto dessa hora
Lôbrega, soturna, sem milagre. Mas
Intensa, em que te vás, assim, embora!...
Não sei dizer adeus. A despedida,
Todavia, é inevitável: é o amargor,
O choro e o pranto traduzindo a dor
Lancinante no peito estupefato
Ofuscando o desejo de sorrir,
Brincar, esquecer o feito, o fato:
A certeza de que estás a ir
Trilhar novos caminhos na Eternidade...
O Coração se queda a sós com a Saudade!
Gardaremos de tua voz o tom garboso
A firmeza de caráter no olhar
Reluzente e o porte majestoso
Com que vinhas sempre nos animar...
Imensa é - verdadeiramente atroz -
A métastase da tua saudade em nós!
Melgaço, Pará, Brasil, 28 de outubro de 2015.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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Por ocasição do falecimento do sr. Felindo Lobato Garcia, seu Chiquito Garcia, no dia 27 de outubro de 2015. Eternas Saudades!