UM ANO DE ORFANDADE MELGACENSE...

 

Justo hoje um ano se vai passando.
O sentimento, no entanto, é o mesmo:
Saudade infinda, coração sangrando...
É o teu povo lamentando a esmo.

Mudaram as estações, nada mudou...
Assim começa (por enquanto) Renato Russo.
Ruço é o tempo que a grave voz calou
Inconfundível voz de um poeta sem jaça
A denunciar desmandos, injustiças, desgraça!

Resta-nos a esperança e a inteligência:
O pra sempre, sempre acaba e, um dia,
Daremos o nosso grito de independência
Respaldados no que chamamos democracia.
Inflamados os corações num só desejo
Guiaremos, por fim, nosso destino,
Unidos em um fantástico cortejo
E, em plena avenida, o sibilino
Será compreendido num lampejo!

Vê, Zequinha, quão profunda e alta,
Imensa e larga é tua saudade.
Entretanto, uma coisa em nós não falta:
Garra para lutar por liberdade.
Aguerrido, por ti, Melgaço, então avança,
Sabendo que em eterna paz descansas!

 

Melgaço, Pará, Brasil, 22 de fevereiro de 2013.

Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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