RÉQUIEM A RICARDO MENDES
Repentinamente, repetidamente se vão
Irmãos que amamos nesta vida.
Corações dilacerados ficarão
A sofrer a íngreme, a lúgubre ferida.
Risos calados, abafados pela dor...
Dor imensa, e trágica, e solerte:
O riso, ontem; hoje, a mudez inerte!
Muitos belos sonhos a realizar
Estancados pela soturna Dama de Negro
Noctívaga e avara a buscar
Dentre os homens o mais são, o menos egro!...
Estamos hoje a chorar com emoção,
Saudades empedernidas no coração!
Blindado, não há quem seja contra o breque,
O funesto breque da última consorte...
Relutamos, porém, fazer-lhe o salamaleque
Guiados por um desejo maior: vencer a Morte!
Entretanto, cá estamos, o olhar entristecido,
Sofrendo a perda de nosso ente querido...
Deus há de dar ânimo à família enlutada
Esmaecida pela dor, pela saudade transpassada!
Compenetrados viemos, pois, prestar-te
A última homenagem em versos luniformes...
Resignados, inconformados contemplar-te
Vestido inda de vida! (Apenas dormes!)
Ah!... Quanto a nós, derramaremos lágrimas
Lamentando tua ausência, mas sem lástimas...
Hoje e sempre oferecemos-te nosso triste orvalho
Oh, Ricardo Mendes Borges de Carvalho!
Melgaço, Pará, Brasil, 07 de junho de 2012.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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