Adriana
Amanhece,
O sol queima a face deste corsário perdido em alto mar,
Minha nau segue o curso desejado,
Meu coração segue o curso contrário ao vento norte,
O vento leva-me a navegar pelos cantos mais sombrios de meus pensamentos.
Deito na proa,
Gaivotas sobrevoam o mastro,
As velas dançam, me fez lembrar a noite em que dançamos a beira do cais,
Vinho e luz de vela iluminavam este momento,
Neste momento acordo, sem sentir seus beijos.
Rasga as ondas,
Soa uma canção, não como canções de guerra,
Mais uma canção saudosa,
Como esta vontade insana de conhecê-la,
De sentir seu sexo, sua alma.
Invadi minha alma a procura de um elo,
Algo que me levasse até você,
Estou tão distante de uma realidade,
Tão perto de chegar a este lugar,
E nesta confusão o que me guia é o puro sentimento.
Amar você,
É amar o desconhecido,
O fascinante e misterioso desconhecido,
É se perder em segredos,
É divino, sem palavras...
Naveguei por tantos mares,
A cada continente, busquei seu sorriso,
E veja, ele é como o Graal,
Difícil de encontrar,
Porém divino a cada olhar.
Ancorei no cais da solidão,
Vivendo neste mar virtual,
De onde tiro forças para continuar navegando,
Esperando o dia em que uma tempestade lance minha nau,
Em seus braços e assim repousar esta vida de corsário.
Texto: Adriana (Oriente Express)
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 05/05/2016