Quando fere o louco eterno amor
Quis saber o quanto fui ferido
Uma vez que um insano amor sentido
Acometeu-me e fez-se ardor
Naquele ávido sofrer do instante
Deu-se o aroma da flor
Olhares fitando o céu
Furtou-me as nuances da íris
Ensaio revela cor
Resquícios de primavera
Ensejo que incide o sol
Ornam a menina dos olhos
Luzes centelhas que cegam
O instante infinito encantado
Ungindo com a essência que pega
Curtindo a paixão que rega
Ouvindo gemidos alados
Entulho tornou-se o céu
Ternura ao mero fel
Extensa maré penosa
Robou-lhe a suavidade, rosa
Naquele tortuoso delfim
Outrora implantou-se o fim, enfim
Almeja constante prazer
Mira portanto o destino
O dia há de trazer
Rumores de um outro ferido.
Iranildo Machado & Evelyn Salt
Acróstico/Dueto