Mônica Camila de Moura Pinheiro
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Minha ilusão de homem simples se burila...
Ômega, você é mais que início, você é, sim,
Nada mais que meu desejo que se inicia.
Ingrato mundo que nos afasta agora, por quê?
Carinhosamente, meu corpo se despe e quer você!
Ah, desejo... Ouso ou me calo por puro medo?
Cansei! Não quero apenas olhar sem poder sentir...
A minha ilusão é um sofrer infindo e forte demais!
Mais que sofrer, terei que ouvir repetidas recusas?
Idolatro seu encanto... Venero seu sorriso... Ah, ilusão!
Levianos são todos os meus pensamentos, mas e daí?
A vida não se faz apenas de priscas rezas e ladainhas...
Dengosa? Como você se definiria num verbete?
Esquivar-se-ia e me deixaria descobrir por deleite?
Meu sonho, repito, não tem muito de descabido.
O que desejo é tão pouco, é sua atenção e duvido:
Um dia, mesmo que longínquo, você vai me dar!
Resta a crucial indagação: isso vai demorar?
Assim não vale... Isso é tortura e não mereço, não.
Porcelana impenetrada, cheia de caprichos virginais,
Invariavelmente você se insinua pra depois correr demais.
Não fuja! Sei que a fuga é puro medo, medo de um ‘ai’!
Horas fugidias... Noites sem tanta ousadia... Pele macia.
Exteriorize em atitudes seus mais escondidos desejos.
Imante seu corpo noutro corpo, o meu, e se realize, vai!
Raro sei que é manter-se casta com tantos apelos, mas...
O que você tem guardado eu quero pra mim e ninguém mais.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 28 de outubro de 2007.
18h23min