LAMENTO DO NECESSITADO
Rio, 22/02/2001.
Irmão dá-me um pouco de sustento
Nota e tem dó do meu lamento
Sou aquele recolhido, morador de rua
Tenho sofrido a realidade pura e crua
Inda trago as marcas do tanto sofrer
Tenho na alma as feridas deste viver
Urgente, necessito do teu socorrer
Insta que eu muito preciso! Corre!
Como te retribuir não sei não
A mão estendida tenho, do coração
Olha para mim e tem compaixão!
Luto para esquecer o que passei
Um novo viver tenho, eu sei
Conheci a Palavra que dá Vida
Inspirou-me àquela Mão Ferida
Deitou Sua Luz na minha alma
Inundou-me do perfume da Rosa
O seu odor meu espírito anda a exalar
E no Seu Livro, em poesia e prosa,
Como até minh’alma se fartar
Lava todo meu ser o seu fluir
A esperança se renova em mim
Untando meu desejo do Porvir
Deu-me o mais sublime fim
Isto tudo me foi ensinado aqui
Na alma e no espírito tenho provisão
O que está faltando é um pouco de pão.
SEDNAN MOURA