DÉBORA DE SÁ
Rio, 28/07/2007.
Deita o olhar no horizonte
É tão lindo este entardecer
Busca razões nesta fonte
O que a fez lhe deu entorpecer
Rende graças ao Autor da criação
Alma, a tua, derrama em gratidão.
Corre e põem-te à janela dos olhos
Recolhe flores do jardim da alma
Induz teu espírito a formar molhos
Sabe que ao fim portarás a palma
Troféu de todos que são vitoriosos
Inda há coroas para os portentosos.
Na batalha de nossa irrisória vida
Acoberta-nos o Homem da mão ferida.
Do vento ouve o que fala ao arvoredo
E dá atenção ao cantar do passaredo.
A gaivota dá gemidos no voar
Risca o azul do céu no seu bailar
Arriba-se num beijo sobre o mar
Único é seu sentimento de amor
Jamais desvia dele um meigo olhar
O seu arrojo é até em meio à dor.
Dos olhos põe o olhar no madeiro
Em vez das flores foi o espinheiro
Sangue foi o preço que eu paguei
Água desta fonte sobre ti derramei.
SEDNAN MOURA