ANA CRISTINA
Rio, 09/09/2006.
As flores exalam perfumes diversos
No jardim as cores fazem-nos sonhar
Aos olhos são como poemas em versos
Como suave colírio para cada olhar
Rimam como um belo soneto de amor
Inda dilaceram o coração com a dor
Se formos feridos por espinhos cruéis
Temos que resistir para sermos fiéis
Isto nos garante, futuramente, os lauréis
No tocante a flor, a mais bela é a Rosa
A que foi declarada em sublime prosa
De espetáculo serviu (vitupério horrendo)
E desfigurada seu sumo, então, vertendo
A Flor teve espinhos por recompensa
Zombaram e vinagre, na sua sede, provou
E foi no madeiro cravada e suspensa
Vergonha sofrida só porque muito amou
E em nosso lugar, calada, deu sua vida
Dor cruciante, a mais profunda ferida
O amor demonstrado da Rosa querida.
Ainda quando olhares para outra flor
Lembra como declarei o meu amor
Vê aqui as minhas marcas, provas são
Elegeste-Me como selo no teu coração
Sou fogo ao teu redor, tua proteção.
SEDNAN MOURA