CORTEJO FÚNEBRE

(C) ontemplo o céu azul,

. . . que belo espetáculo, belas nuvens brancas, uma brisa suave sinto.

(O) lho para baixo agora

. . . e o que vejo? Muitas pessoas a caminharem juntas, algumas tristes.

(R) eluto em acreditar no que vejo,

. . . estou deitado, sendo transportado dentro de algo que parece um caixão.

(T) enha piedade, Senhor!

. . . O que acontece? Não consigo me mexer ou tentar gritar por socorro.

(E) stou totalmente a mercê

. . . dessas pessoas que seguem tranqüilamente e não me ouvem.

(J) amais imaginei isso.

. . . Será que morri? Não me lembro de nada, de acidente ou alguma doença.

(O) que acontece então?

. . . Se eu não sei resta somente aguardar e pedir a Deus por mim, é só.

. . . finalmente o cortejo entra em um local bastante conhecido, um cemitério.

(F) ormam uma concentração

. . . e falam alguma coisa, oram e suplicam por um bom lugar prá mim.

(U) ma comoção muito grande

. . . invade meu coração, nem consigo chorar, lágrimas não existem.

(N) ão tenho mais dúvidas,

. . . eu estou morto, infelizmente, nada posso fazer senão lamentar.

(E) nfim carregam o caixão,

. . . levam para o local adequado, dar para ver o buraco, é onde me colocarão.

(B) em que poderia ser um pesadelo,

. . . não estou suportando essa realidade, se é que tudo não passa de um sonho.

(R) ezo fervorosamente

. . . e suplico para que tudo termine, mas a terra começa a cobrir o caixão.

(E) u me desespero e tento gritar,

. . . acordando enfim desse terrível pesadelo, graças a Deus.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 19/05/2020
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