CORTEJO FÚNEBRE
(C) ontemplo o céu azul,
. . . que belo espetáculo, belas nuvens brancas, uma brisa suave sinto.
(O) lho para baixo agora
. . . e o que vejo? Muitas pessoas a caminharem juntas, algumas tristes.
(R) eluto em acreditar no que vejo,
. . . estou deitado, sendo transportado dentro de algo que parece um caixão.
(T) enha piedade, Senhor!
. . . O que acontece? Não consigo me mexer ou tentar gritar por socorro.
(E) stou totalmente a mercê
. . . dessas pessoas que seguem tranqüilamente e não me ouvem.
(J) amais imaginei isso.
. . . Será que morri? Não me lembro de nada, de acidente ou alguma doença.
(O) que acontece então?
. . . Se eu não sei resta somente aguardar e pedir a Deus por mim, é só.
. . . finalmente o cortejo entra em um local bastante conhecido, um cemitério.
(F) ormam uma concentração
. . . e falam alguma coisa, oram e suplicam por um bom lugar prá mim.
(U) ma comoção muito grande
. . . invade meu coração, nem consigo chorar, lágrimas não existem.
(N) ão tenho mais dúvidas,
. . . eu estou morto, infelizmente, nada posso fazer senão lamentar.
(E) nfim carregam o caixão,
. . . levam para o local adequado, dar para ver o buraco, é onde me colocarão.
(B) em que poderia ser um pesadelo,
. . . não estou suportando essa realidade, se é que tudo não passa de um sonho.
(R) ezo fervorosamente
. . . e suplico para que tudo termine, mas a terra começa a cobrir o caixão.
(E) u me desespero e tento gritar,
. . . acordando enfim desse terrível pesadelo, graças a Deus.