A grande trapaça do samba.

Em Brasília...

A autorização para o ingresso do menino, de 11 anos, foi publicada no último dia 30 no Boletim de Acesso Restrito do Exército. A informação foi divulgada pela revista Veja nesta terça-feira.

A disputa por lugares no colégio é grande: em 2017, houve 1.212 candidatos para 25 vagas oferecidas para o sexto ano, uma relação de 48,48 candidatos por vaga.

O Despacho Decisório 000/0000, que permitiu que o filho da deputada entrasse na escola sem prestar concurso, informa que ... solicitou a vaga por ter se mudado para Brasília depois de empossada no cargo de deputada. Segundo o documento, ela afirmou que seu pedido estava respaldado pelo artigo 92 do Regulamento dos Colégios Militares.

O artigo, o último do Regulamento e que integra suas Disposições Transitórias, diz apenas que casos considerados especiais poderão ser apreciados pelo Comandante do Exército. O artigo tem caráter genérico e não trata de questões específicas relacionadas ao acesso de alunos às instituições.

A possibilidade de matrículas de alunos não aprovados em concurso é citada em outro artigo do Regulamento, o de número 52. O texto diz que o comandante do Exército pode autorizar esses casos “observados os limites de vagas decorrentes da capacidade física e dos recursos humanos e materiais do CM”.

As exceções listadas no texto dizem respeito a órfãos de militares ou de filhos de militares que tenham sido transferidos de cidade. ... disse que solicitou a vaga por causa de ameaças sofridas por ela e por seu filho.

A deputada justificou que essas ameaças, que começaram em 2016, são feitas por um grupo que, segundo ela, está ligado a dois massacres ocorridos em escolas brasileiras – o de Realengo, no Rio (2011) e o de Suzano, no Estado de São Paulo (2019).

De acordo com a deputada, a polícia paulista considerou que seu filho não estaria seguro em São Paulo e isso fez com que ela decidisse levá-lo para Brasília e tentasse obter uma vaga no Colégio Militar, a única instituição que ela considera suficientemente segura para o garoto.

... conta com a proteção da Polícia Legislativa, mas afirma que esta segurança não é o suficiente.

Fundadora do movimento de direita A.K.A. Nazi Rua, que atuou em protestos que pediam o impeachment da então presidenta legitimamente eleita, a deputada é uma das maiores defensoras do atual presidente no Congresso. O movimento chegou a ser condenado a indenizar o então deputado X que, em postagem falsa nas redes sociais, foi acusado de defender a pedofilia.

É golpe.

Rodrigo Margini
Enviado por Rodrigo Margini em 04/09/2019
Código do texto: T6737209
Classificação de conteúdo: seguro