Sabrina de Sá Oliver Macedo

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Seu olhar: nele vejo um misto de certeza e questionamento...

A certeza da efemeridade da vida, talvez; a incerteza do amor.

Bobagem? Visão míope de um mísero desconhecido?

Reticências... Reticentes... A vida nada é sem a insegurança!

Ignorar o detalhe da expressão do seu semblante seria insano.

Não perceber que ele revela tudo ou quase tudo do seu ser,

Aparenta tanta insensatez que me proclamo seu defensor.

Deixo um apelo, poética súplica...

E se me revelasse seus segredos?

Segredos de pessoa, de mulher... Mistérios da fêmea!

Ávido homem, eu os descobriria um a um e sem pressa...

Ousei? Atrevi-me demais num pedido desmedido e infeliz?

Leviandade não se confunde sempre com perversão!

Isso de se sentir agredida quando um homem se aproxima,

Varia de forma proporcional à desmedida investida...

E se o que há for puro, razão de um pueril desejo carnal?

Risos... Isso não pode: sentir desejo é sempre razão do mal...

Meu pífio entendimento discorda dessa digressão, claro!

A vida não pode ser profana, por ser vida, vida a dois...

Causar asco noutro ser quando se revela um desejo,

Êxtase talvez decorrente de um sonho, de um simples beijo,

Deveria, isso sim, ser motivo de orgulho e de proclamação!

O que quero é tão simples: quero sua plena aceitação.

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 29 de agosto de 2007.