Realeza
Realeza
Relembro o tempo, ah maldito tempo,
Esse impiedoso e desobediente, que devasta,
Noutras vésperas, quem me deu o alento,
Ao poder de ignorá-lo, por estar ela com olhar atento?
Tamanha felicidade revê-la crescida,
Tão meiga, tão cativa e inigualável flor querida,
Amiga verdadeira, privilégio singular desse ínfimo intento,
Como eu poderia descrever em um poema?
Homenageá-la com as poucas palavras do vocabulário?
Render-me-ia aos caminhos desse meu eu proletário?
Inda que assim o fizesse, não esgotaria o belo tema...
Seu jeito único, metáfora da mais bela rosa que cresce,
Tem por objetivo, a vida, aquela que todos os dias enobrece,
Irmã mais próxima da beleza, a mais inefável do porvir,
Não se ofusca perante o ouro de Ofir,
Acalma o mais traiçoeiro choro, com seu cheiro,
Deusa da mais delicada existência, de estilo sem igual,
Ela, somente ela, tem a obrigação desse tempero,
Olhar de quem vê além da penumbra, audiovisual,
Lábios que sentem além do infinito,
Idas e voltas, é o tempo que por ela entra em conflito,
Vejo-a ainda como outrora, tão gentil, versátil,
Embalando os sonhos como se fosse fácil...
Inocência que não se disfarça ao falar,
Realeza no semblante que não quer calar,
Alguma imperfeição se candidata ser igual?
Essa missão é muito difícil ao perfeito mortal,
Leve consigo, não apenas minha admiração,
Isso seria pouco diante de tamanho ornamento,
Apenas peço-lhe um grande favor ao final,
Seja eterna, como é até esse momento.
Poema de Walker Lafayette