LAMPARINA SEM AZEITE
Dentro da noite, um grito
vindo de minh’alma
faz-me perder a calma,
deixando-me bastante aflito.
A lamparina sem azeite
apagou a luz da noite
e por entre chibatadas e açoites
seguia magra a vaca sem leite.
Assim como eu, a vaca, em destroços,
caminhava triste estrada afora
em sentido ao seu calvário.
Onde a esperar por nossos ossos
as covas numa última aurora
aguardavam-nos com seus sudários.
Nova Serrana (MG), 8 de janeiro de 2008.