O CORTEJO
Curvando-se pelas ruas escuras,
dentro da tarde que chovia
lágrimas de dor e agonia,
num cortejo de longas torturas.
Seguia seu corpo, agora pálido,
lentamente dentro de um caixão,
que me tirava toda a razão,
com o fim dos seus beijos cálidos.
Acompanhei aquela fúnebre procissão.
Triste, amargurado, desgostoso,
e por longas ruas sem fim.
Por saber que minha ilusão,
o meu bem mais precioso,
estava sendo tirado de mim.
Nova Serrana (MG), 31 de dezembro de 2007.