OPUS 96
Eu tenho um amor
Alimento muita dor
Sinto nisso bom calor
Por ela não guardo rancor.
Helena Maria é rosa
Nobre feita a soja
Sonho com isso uma coisa
Pois a soja é caviar de gente doida.
Nesta semana de muito peixe
Onde tudo se abre em feixe
Nunca um beijar deixe
Queira ela e fortemente lha deseje.
Maria é meiga peróla
No seu coração há aurela
Que escapa feito lebre
Num deserto apenas pense.
O amor é fria vingança
Que esmigalha a confiança
De casais uma loucura
Tudo na cama é amargura.
Ser um apaixonado é sonho
Eu sonhei isso ontem
Buscado donde?
Pois beijar ela desde
Pesadelos a Terra sente.
Meu sagrado amor
De santidade bondoso humor
Como as lágrimas do vovô
Deus em ti isto me mostrou.
Eu sou sozinho sábio
Que morre sibilante
O meu dente podre tu arranque
Vamos deusas avante!
Ser poeta é um esperar amante.
Eu busquei a saida
Meu amor é toda uma vida
Graça de pessoa por pessoa
Meu escrever é amargura.
Meu amor de rósea face
Beleza de cem acres
Tem nos seios o leque
De conquistar maldoso xeque
Homens e mais homens é só vermes.
As coisas são só amor
Mas aí vem a solidão
Não existe mais tesão
É a morte do belo faisão.
Por ela é irritante saudade
Onde achar tua lealdade
Me mata com crueldade
Adeus suave felicidade.
Toda mulher é gentil e alegre
Por essas muito reze
Chore numa honesta prece
Mas tente ser breve
Pois o amor é eterno.
Helena Maria é suave
Casou na mais bela nave
Casta como angelis ave
A todos a deusa salve
E esse poetizar humilde arraste-nos.
Eu terminei no paraíso
Atrevesso teu rio
E as memórias em ti sorrio
Teu imaginar meu em ti és lindo
Nunca degolarei o espírito.