UM CASAL FELIZ TEM QUE TER MATURIDADE

O que é maturidade.

I Corintios 13.11

“Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança”.
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino”.

objetivo:

(1) Mostrar que a imaturidade emocional e comportamental causa muitos e graves problemas na vida conjugal.

(2) Mostrar como agem os cônjuges que têm maturidade, uma obra do Espírito Santo em sua vida.

Introdução
Os conselheiros matrimoniais têm dito que um dos grandes impedimentos para um casamento feliz é o egoísmo. O indivíduo egoísta é voltado para si mesmo e para o próprio bem estar, muitas vezes sem nenhuma consideração para com os outros.

Os bebês são notoriamente egoístas. Eles não pensam senão em si mesmos e no que desejam no momento. Se estão desconfortáveis, gritam até que alguém os arrume. Mas os pais esperam que os bebês amadureçam com o tempo – fisicamente, intelectualmente e emocionalmente.

Cônjuges imaturos
Por estranho que pareça, muitas pessoas crescem e amadurecem fisicamente e intelectualmente, não emocionalmente... Chegam à idade adulta e se casam emocionalmente imaturas. Como bebês, só pensam em si mesmas e no próprio bem estar. Se alguma coisa acontece diferentemente do que esperavam ou gostariam, elas reagem como crianças, com choro, zanga, autopiedade ou até mesmo atirando objetos que estejam à mão. Algumas tentam atrair a atenção para si mesmas gabando-se de suas realizações e criticando os outros.

Ora, se colocamos dois bebês juntos, sem supervisão, o que acontece? Não demora muito e eles estão encrencados um com o outro! É o que acontece também quando um homem e uma mulher emocionalmente imaturos se casam. Os problemas talvez comecem na própria lua de mel... Bebês emocionais não são bons parceiros no casamento. Os cônjuges têm que ter maturidade.

Vida cheia do Espírito e maturidade
Certamente, ninguém é totalmente maduro e altruísta. Há um pouco de imaturidade e egoísmo em cada um de nós. Alguém disse “Raspe a casca de um adulto e você encontrará uma criança”. Outra pessoa escreveu: “A única diferença entre um homem e um menino é que os brinquedos do homem são mais caros”. A maturidade vem com o tempo, mais depressa quando o Espírito Santo está presente e no controle...

Vamos lembrar umas coisas que já foram ditas nas lições anteriores. Quando uma pessoa aceita Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor, o Espírito Santo vem habitar no seu coração e santificar sua vida. Na medida em que esta pessoa se submete ao Senhorio de Cristo ou à influência e direção do Espírito, o amadurecimento transcorre mais rápido e completo.

Neste caso, além da maturidade emocional referida, há maturidade espiritual, que é mais abrangente.
Como vimos, há cristãos espirituais e cristãos carnais. Os espirituais são controlados pelo Espírito, os carnais são controlados pela carne, que é egoísta e pecaminosa. É interessante observar que o apóstolo Paulo disse também que os cristãos carnais são “crianças na fé” ou “crianças em Cristo”. Em outras palavras, não têm maturidade. Veja I Corintios 3.1 (em vermelho a versão Revista e Atualizada):

· “Na verdade, irmãos, eu não pude falar com vocês como costumo falar com as pessoas que têm o Espírito de Deus (espirituais). Tive de falar com vocês como se vocês fossem pessoas do mundo (carnais), como se fossem crianças na fé cristã (crianças em Cristo)”.

Paulo estava surpreso e desgostoso. Esperava mais dos cristãos coríntios... Eles tinham o Espírito Santo (I Corintios 3.16). Portanto, não deviam se comportar como crianças em Cristo, como recém convertidos. Deviam ter mais maturidade... Por que não a tinham? Porque não estavam deixando o Espírito controlar todas as áreas de sua vida; a carne, egoísta e pecaminosa, os estava controlando!

Três observações:

a) O descrente, que Paulo chamou de homem natural, pode ter uma certa maturidade emocional. Sua natureza pecaminosa muitas vezes assimila ou hospeda características cristãs. Todos conhecemos pessoas que não são cristãs no sentido bíblico do termo, mas são bondosas e altruístas com o cônjuge, com os filhos, com os parentes, com os amigos e até com os estranhos. Contudo, na medida em que as conhecemos melhor, descobrimos que elas são profundamente imaturas em outras áreas.

b) Um cristão novo ou recém convertido supostamente tem menos maturidade que um crisatão convertido há muitos anos. Mas, surpreendentemente, o inverso acontece. Não é o que observamos em certas crianças e adolescentes? Parecem muito desenvolvidos e maduros para sua idade, mais que alguns adultos... Veja o autor da epístola aos Hebreus escreveu a alguns cristãos imaturos (Hebreus 5.12-13).

c) Maturidade espiritual e emocional envolve crescimento contínuo, por toda a vida (II Pedro 3.18). Nesta vida não nos é possível viver totalmente sem pecado, mas é possível e necessário crescer sempre. E este crescimento só acontece quando o Espírito Santo controla nossa vida.

Evidências de maturidade
Vamos examinar algumas evidências de maturidade no casamento.

1. O cônjuge que tem maturidade se aceita como Deus o fez. Sabe que seu corpo, cérebro e habilidades lhe foram dados por Deus para propósitos específicos (Salmos 139.13-16; I Corintios 4.7). Se é bem sucedido, não fica orgulhoso; se comete erros ou falha em algum empreendimento, não fica desencorajado. Comparações, ares de superioridade ou complexo de inferioridade geram tensões no casamento. O cônjuge auto suficiente e soberbo induz o outro cônjuge a se defender, exaltando-se também; o cônjuge complexado, inferiorizado, gera insegurança, desanima, cansa... As duas atitudes são infantis. Porém, o cônjuge que aprende a se aceitar como Deus o fez, tem mais facilidade para aceitar o outro como ele é, e isto será um passo enorme para o bom relacionamento.

2. O cônjuge que tem maturidade tira proveito dos seus erros e das sugestões do outro. O imaturo tenta justificar suas falhas e culpa o outro ou o próprio Deus; toma a crítica como afronta pessoal, e se defende, irado. O cônjuge imaturo está mais interessado em proteger o próprio ego do que em crescer. Por outro lado, o maduro aceita crítica e honestamente avalia o seu procedimento à luz da palavra de Deus e busca a ajuda do Espírito Santo para realizar as mudanças necessárias. Ele diz ao seu cônjuge: “Obrigado por sua sugestão... Com a ajuda de Deus, eu tentarei melhorar isto!” As sugestões do outro são parte do plano de Deus para aperfeiçoá-lo.

A maturidade manifesta-se também na maneira como um cônjuge faz suas ressalvas ou critica o outro. A crítica será mais facilmente aceita e será mais construtiva se for feita com amor, brandura, apreciação, encorajamento e boas sugestões.

3. O cônjuge que tem maturidade adapta-se ao que ela não pode mudar. Uma das orações mais práticas que alguém já fez foi esta: “Senhor, dá-me forças para mudar o que pode ser mudado, graça para aceitar o que não pode ser mudado, e sabedoria para saber a diferença.” Lamentavelmente, marido e mulher, muitas vezes, não conseguem suportar muito bem as características básicas um do outro, e se desgastam tentando mudar um ao outro... Os hábitos irritantes de um levam o outro à loucura... Por falta de maturidade, marido e mulher fixam-se nas faltas um do outro, a ponto de não se lembrarem mais das qualidades que os atraiu no começo. As queixas se sucedem... Vem a amargura e, por fim, a separação... Isto é, ao mesmo tempo, infantilidade e pecado (Efésios 4.31). O fruto do Espírito é longanimidade, ou seja, disposição para suportar pacientemente as características menos agradáveis do outro.

4. O cônjuge que tem maturidade aceita circunstâncias desagradáveis, desaponta-mentos e adversidades com serenidade. Reconhece que sua vida está nas mãos de Deus – e que “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28). Com maturidade, permanecemos calmos quando alguma coisa não acontece exatamente como esperávamos e desejávamos. Por exemplo, a esposa não se exaspera quando o marido chega em casa dizendo que perdeu o emprego ou foi transferido para outra cidade; o marido não perde a cabeça quando a esposa telefona para o seu trabalho e lhe diz: “Querido, bati o carro...”
Uma pesquisa mostra que um dos problemas mais comuns entre marido e mulher é a irritação. Permitimos que coisas triviais nos irritem até o ponto de ebulição. E então explodimos! Isto é imaturidade. Provérbio 17.1; 21.19.

5. O cônjuge que tem maturidade é responsável. Ele faz o que tem que fazer; começa e termina; e faz bem feito. Não fica nas alegadas boas intenções; não quebra suas promessas; é confiável. Por outro lado, o cônjuge imaturo reclama, procrastina ou faz pela metade, sem cuidado... O fruto do Espírito é fidelidade, qualidade do que é confiável, responsável.

6. O cônjuge que tem maturidade busca a felicidade do outro, não a sua. Ele sabe que a busca egoísta da própria felicidade só produz infelicidade, ao passo que o esforço para agradar e fazer o outro feliz resulta em grande satisfação. Fazendo a felicidade do outro, encontramos a nossa própria felicidade. O cônjuge que, por algum motivo, começar a reclamar ou brigar, deve se perguntar: “Porque estou fazendo isto?” Mais provavelmente terá que admitir que está fazendo isto para sua própria conveniência e felicidade. Então, é melhor parar, desculpar-se e redirecionar suas palavras e atos para o bem do seu cônjuge. E isto sem sequer sugerir que o outro faça a mesma coisa. Este cônjuge logo descobrirá que o outro lhe terá mais respeito e consideração e também buscará a sua felicidade.

Conclusão
Não é fácil admitir que temos sido imaturos em certas áreas da nossa vida, principal-mente nos relacionamentos conjugais. Isto acontece porque não nos submetemos completamente ao Espírito de Cristo; permitimos que a carne, nossa natureza egoísta e pecaminosa, controle nossos pensamentos e atitudes.

Tomemos um tempo a sós com Deus durante esta semana para refletir sobre isto. Confessemos a imaturidade de muitas das nossas palavras e atitudes no casamento e na família; peçamos ao Senhor que, por seu Espírito, nos ajude a crescer, a amadurecer continuamente (e mais rapidamente).

E não nos esqueçamos destas seis manifestações de maturidade espiritual e emocional:
1. Entender e aceitar que Deus nos fez assim como somos. Isto não inclui o pecado.
2. Tirar proveito dos próprios erros e das críticas e sugestões do cônjuge. Se achar necessário fazer alguma crítica, faze-lo com amor, brandura, apreciação, encora-jamento e boas sugestões.
3. Mudar o que pode ser mudado, adaptar-me ao que não pode ser mudado.
4. Reagir com serenidade diante das circunstâncias desagradáveis, desapontamentos e adversidades.
5. Ser responsável, cumpridor dos meus deveres e obrigações e, portanto, uma pessoa em quem se pode confiar.
6. Não buscar a própria felicidade, mas a do meu cônjuge.

Que, com a ajuda do Espírito, possamos dizer o que o apóstolo Paulo escreveu em I Corintios 13, o grande capítulo do amor, na Bíblia:
“Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança” (v. 11).
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