Borboleta (abecedarius)

Antes que, a

Borboleta,

Criasse seu

Delicado casulo,

Existia ela nua

Flexível, roliça; vivendo em

Galhos.

Hermética em seus cuidados,

Imergiu em seu mundo:

Justapondo camada por camada,

Kafkianamente, teceu seu ataúde.

Luz nenhuma ali pôde entrar nos

Meses de recolhimente; uma eterna

Noite, a qual a borboleta se submete.

O seu corpo, então, transforma-se, seu lar sem

Portas se abre, e um ser voeja trôpego, e,

Quando abre as asas revela sua beleza

Rara. Pura delidadeza que em silêncio,

Sutilmente: espalha polén, reluz em cor,

Turva os reflexos do Sol.

Uma vida efêmera, elegante;

Vestida de gala para uma festa breve; bate as asas, Workaholic da beleza. Aos

Xaxins se aderem os bandos, em colares.

Yin e yang se manifesta, na

Zina multicor espalham-se, recomeçam o ciclo.

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 23/10/2016
Código do texto: T5800610
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