Borboleta (abecedarius)
Antes que, a
Borboleta,
Criasse seu
Delicado casulo,
Existia ela nua
Flexível, roliça; vivendo em
Galhos.
Hermética em seus cuidados,
Imergiu em seu mundo:
Justapondo camada por camada,
Kafkianamente, teceu seu ataúde.
Luz nenhuma ali pôde entrar nos
Meses de recolhimente; uma eterna
Noite, a qual a borboleta se submete.
O seu corpo, então, transforma-se, seu lar sem
Portas se abre, e um ser voeja trôpego, e,
Quando abre as asas revela sua beleza
Rara. Pura delidadeza que em silêncio,
Sutilmente: espalha polén, reluz em cor,
Turva os reflexos do Sol.
Uma vida efêmera, elegante;
Vestida de gala para uma festa breve; bate as asas, Workaholic da beleza. Aos
Xaxins se aderem os bandos, em colares.
Yin e yang se manifesta, na
Zina multicor espalham-se, recomeçam o ciclo.