PAVÃO MISTERIOSO - Soneto Clássico Petrarquiano Decassílabo com Coda Alexandrina
Penas maravilindas de ave diva,
Augusta cauda c'um milhar de ocelos:
Varrendo o chão com teus penachos belos,
Adejas, da altivez em ti cativa.
Onde hei de a luz da Lua, a prata viva,
Mirar reflexa em ti, por meus anelos?
Inda que bela, surge qual flagelos
Se a fito enquanto o olhar de ti se esquiva.
Tens o calor dos trópicos nas asas
E tens no busto a profusão do oceano;
Rei Momo da floresta, te extravasas
Inteiramente em ti: jamais o ufano
Oráculo decifre-te a Beleza
Surreal de opostos na alma, livre e presa,
Obra de um deus que entende o coração humano.