TRIÂNGULO


T odas a pontas
R eflete a ação
I r de encontro a ao irmão
A ssim na ponta esmola
N ada mais é que a partilha
G arantir justiça nesta trilha
U ngir-se na ponta oração
L eva nossos clamores a Deus e
O jejum é a ponta onde o interior decola

 
Angélica Gouvea


Evangelho - Mateus 6,1-6.16-18

No tempo de Jesus a justiça era encarada como a realização de três práticas: Esmola, oração e jejum. Poderíamos pensar essas coisas como práticas isoladas. Elas, porém, são muito mais que isso. Na verdade, englobam todas as relações que mantemos na vida. E a justiça deve ser praticada em todas essas relações, para que haja, de fato, liberdade e vida para todos.
ESMOLA: Podemos dar ou não esmolas para os que pedem, mas num e noutro caso, sempre ficamos incomodados, pois sabemos que isso nunca resolverá completamente o problema do pobre. Bendito incômodo, que nos lembra que os pobres e miseráveis é a acusação de um sistema injusto. O que Fazer? Dar esmola como um sinal, um lembrete de que devemos lutar por um sistema econômico que realmente faça uma partilha justa dos bens. Sair às ruas para revelar a verdadeira situação em que vive o povo massacrado pela política dominante é um dever do “cristão cidadão”. Dar o peixe, mas também ensinar a pescar, ou seja, resgatar a dignidade da pessoa. Bendito seja, pessoas e grupos com projetos sociais que ajudam muitas pessoas. Que tal fazer parte de um deles?
ORAÇÃO: A oração nos coloca em contato com o Pai, seu projeto e compromisso com o irmão. Não rezamos para nos sentirmos bem, mas rezamos por necessidade antropológica, como Jesus que na sua humanidade rezava ao Pai. Pedimos, agradecemos, louvamos, renovamos a nossa Fé e confiança. Na oração lembramos que Deus é Deus é nós pobres criaturas. A oração não pode se transformar em exibição, fuga, máscara, mas deve nos levar a Deus e ao irmão. A oração nos deve levar a ação, ao compromisso com o projeto de Deus.
JEJEUM: Jejuar é privar-se de alguma coisa que julgamos importante. No Jejum podemos perceber horizontes novos para nossa vida, e principalmente o que é essencial e fundamental para a vida humana. Temos também oportunidade de crescer, amadurecer mudando o modo de se relacionar com Deus e com os outros. Nunca podemos nos conformar com o que somos, mas sempre desejar ser melhor para si mesmo e para Deus. Não se faz jejum para ser visto, mas para criar vida nova, sociedade nova, relações novas, mais justas e fraternas.
Esmola é relação com o irmão; oração é relação com Deus; o jejum é relação conosco mesmo. Estamos no centro desse triângulo, e não podemos esquecer de nenhum dos três bicos. Deus vai na frente, em direção à Vida. Nós o seguimos, trilhando caminhos novos e construindo nova sociedade e nova história. Mas ponto mais importante é repartir tudo entre todos. Então viveremos a justiça que Deus sonhou para todos. Bom dia a todos!
 
 
Padre João Alves Sobrinho
ANGELICA GOUVEA e PADRE JOÃO ALVES SOBRINHO
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 16/06/2016
Código do texto: T5669558
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