CONTOS REFLEXIVOS DO ANDARILHO PLURALIDADE EXISTENCIAL

O andarilho em sua jornada continua em um mundo de múltiplas variáveis segue em busca de conhecimento, a busca eterna por explicações sobre o mundo e o próprio ser, é um motivo para sua continuidade existencial.

A busca pelas verdades existenciais é o combustível da alma daquele que vaga desde o principio em busca de respostas sobre sua origem, o seu sentido existencial e o que acontece apos sua morte.

O temor à morte faz com que o homem se amedronte durante toda sua jornada, e um mistério que exige dos seres buscas incessantes por respostas que nunca chegam.

Assim o ser que vaga segue seu destino, vaga pelo mundo, vaga dentro de si, as respostas de hoje se transformam nas perguntas do amanhã, o concreto e a existência, o abstrato e seu sentido e seu fim.

A crença em um mundo superior nos move, nos inspira, faz com que nossa mente vague dentro de nos mesmos, pois em nosso plano existencial o maior segredo e o próprio homem.

Buscamos saber quem nos criou, ou se fomos fruto de uma evolução, as correntes se dividem, cada uma das correntes busca a confirmação de suas respostas na chama eterna da própria existência.

Esquecendo-se de sua conexão com a própria vida, com o próprio eu, e assim o tempo se esvai na ampulheta do destino.

A viagem dentro de si não para, o andarilho busca por respostas que venham a esclarecer perguntas que se perpetuam dentro de si mesmo e na mente humana.

O ser que caminha ouve uma voz e para, um homem se aproxima lhe cumprimenta.

O andarilho olha para um ser que parece ter vindo de outro tempo, um homem de idade avançada, cabelos e barbas grande, branca como a neve, vestido com uma túnica branca de voz calma e pausada.

O homem se aproxima e pergunta ao andarilho.

O que busca meu amigo, venho te acompanhando há algum tempo, e vejo que conversa consigo mesmo, que te aflige.

O andarilho sorri e diz ao velho.

Estou conversando comigo mesmo, pois o conflito dos meus pensamentos me da energia na caminhada pela busca do sentido da minha existência.

O velho sorri e diz ao andarilho, existem poucos como você, as pessoas tendem a se conformar com as explicações que as convém.

Ai quem faz a pergunta e o andarilho.

E o senhor de onde vem.

O velho diz ao andarilho.

Venho de múltiplas existências, em busca de respostas, sou filosofo do cosmo quanto mais aprendo mais duvidas surgem.

E assim seguem dois pesquisadores do tempo e das múltiplas dimensões, discutindo sobre a falta de concretude diante dos enigmas da vida.

Vida que se segue, portas se fecham, sem que tenhamos as chaves da sabedoria e do tempo.

Sem que saibamos o que vem no dia seguinte, assim o mistério segue nos fazendo caminhar rumo ao desconhecido.

A verdade e algo que se forma sem verdades absolutas, as leis universais são abstratas diante do mundo real, o homem segue indefeso rumo a multidisciplinaridade de conhecimentos.

E assim segue dois seres que se dedicam a uma busca constante rumo aos mistérios da vida.

O andarilho tem intenção de acumular conhecimentos para que se tornem ferramentas facilitadoras as múltiplas existências da própria espécie.

O filosofo discute em como aplicar o conhecimento diante da ignorância humana.

Pois os seres querem aprender sem esforço, as pessoas querem adquirir extenso conhecimento em poucas horas de dedicação.

O andarilho ouve com atenção, pois sabe que o laboratório da vida nos da experiência suficiente para construir nossos próprios pensamentos, utilizando experiências alheias, que produzem resultados diferentes, para com os diferentes ambientes que ocorrem os fatos.

O filosofo então segue expondo sua forma de pensar, em busca de uma aplicabilidade coletiva dos conhecimentos.

Caro andarilho, os seres se aprisionam em pensamentos coletivos seguindo ideologias prontas, pré-fabricadas, que fazem com que o desenvolvimento intelectual se estacione em zona morta.

Somente aqueles que são livres mentalmente se sobressaem aos infortúnios causados pela escravidão mental, pois quanto mais conhecimento se adquire mais livre uma pessoa se torna.

O andarilho a tudo ouve sem questionar, pois não e todo momento que se encontra alguém capaz de produzir idéias próprias sobre questões comuns, pois a grande maioria apenas se sujeita de forma pacífica a subserviência coletiva.

E assim o filosofo segue sua linha de pensamento.

Caro amigo, de nada serve o saber se ele não tiver alguma utilidade, e como uma grande biblioteca, onde os livros ficam em prateleiras, inertes.

Assim e o homem sábio que se afasta do mundo por pensar que os outros seres não estão à altura do seu conhecimento, de que vai valer um sábio sem sabedoria.

Pois a sabedoria seria a aplicação do saber.

O andarilho concorda, mas a sua forma.

Pois uma pessoa que se esforça em busca da redenção intelectual não vivera em paz com uma comunidade que nada quer, que prefere o ócio forçado da comodidade humana em sua busca por prazeres competitivos.

O filosofo da um sorriso, e diz ao andarilho.

Meu caro nada e absoluto, o conhecimento age na mente daquele que o detém, o que varia e a aplicação do conhecimento.

Existem aqueles que são felizes no mundo da ignorância, que apenas seguem uma rotina existencial, preferem o trabalho pesado, pois nele encontram seu alento.

A multiplicidade de seres causa uma infinidade de sentimentos, onde cada um e feliz a sua maneira, pois a vida não e uma receita, ela e optativa e cada um segue em busca de sua realização.

O existir tem formas concretas de se evidenciar, obviamente que a vida não e uma via de mão única, pois todos os caminhos levam ao pai, devemos respeitar a opção de cada um, e nos preocupar com nos mesmos.

Agindo dessa forma teremos espaço para nos aproximar de todos os seres, e dai em diante poderemos expor essa nova forma de pensar.

O andarilho percebe que a visão do filosofo não esta errada, apenas o caminho e que e diferente, pois nada que e forçado oferece o prazer necessário.

O filósofo então continua expondo seu ponto de vista.

Caro andarilho não conhecemos nada verdadeiramente, pois não somos capazes de desvendar a realidade como ela e.

A mutação e constante, a racionalidade define a visão de um objeto em suas múltiplas variáveis, em cada época o conhecimento sofre mudanças em um fluxo continuo.

O conhecimento se da com a dinâmica das mudanças, sendo impossível saber a verdade das coisas, tudo que conhecemos são vindos de nossas conjecturas próprias.

O andarilho consegue entender a forma de pensar do filosofo, e entende isso como uma ciência.

Mas entende que o a percepção do mundo real pertence ao espírito e não ao corpo físico, pois o conhecimento transcende o próprio ser, e incorpora-se no processo evolutivo.

Pois se uma divida acompanha seu dono nas múltiplas existências, o conhecimento e o balsamo que refrigera a alma, e da condição para que ela siga segura nos multiplanos existenciais.

sendo a reparação e como uma nova chance, que segue oculta na transposição de um plano a outro, onde o devedor faz sua escolha antes de incorporar o espírito à carne.

O filosofo e um cientista do tempo, vem de um tempo em que um sábio aprendia com outro sábio, dai em diante começava a formular seus próprios pontos de vista onde toda hipótese iria gerar uma antítese e assim com a união das duas surgiria uma nova tese.

O andarilho ouve com atenção, pois mesmo diante de múltiplos paradigmas sempre tiramos proveito naquilo que vem no aprimoramento do saber.

Pois o saber não e estático, e quando encontramos alguém que coloque em duvida o nosso ponto de vista, e nos mostra um novo caminho concorre para nosso crescimento intelectivo.

E que um espírito imortal se aprimora na vivencia terrena, baseando-se na razão e se aprimorando conforme sua maturidade.

A caminhada segue em direção cósmica, pois a busca e o aprimoramento mental faz com que seres que busquem sua evolução um dia se encontrem, isso e proporcionado pelo próprio criador.

Pois e necessário à fusão e a profusão quântica intelectiva cósmica para que caminhos se cruzem e gerem um novo campo vibratório.

E que desse novo campo possam surgir sementes que se espalhem e que venham a formar uma nova linhagem de pensadores.

Pois o certo e o errado e apenas uma forma de se analisar um conjunto de idéias, a interação faz com que surjam novos portais, que vão criar campos magnéticos do saber.

A sabedoria cósmica e a experiência acumulada em todo pluriverso que eleva o conhecimento a uma forma multidimensional, onde todos os seres acumulam e transmitem todas as formas do saber.

Onde experiências variadas criam múltiplas realidades que se sincronizam, e geram um padrão vibratório transcendente.

Apos a jornada conjunta o andarilho e o filosofo se separam em uma encruzilhada que cria caminhos diferentes, os dois se despedem e seguem cada um para um lado.

Jornadas que se cruzam e se separam, mas que um dia em algum lugar voltarão a se cruzar, em um tempo distinto, em que os seres serão os mesmos, mas com idéias renovadas.

Esse e o plano do grande arquiteto, pois o caráter se forja no tempo, e a jornada e a própria faculdade da vida, e são as diferenças do hoje que criarão o novo amanhã.

E assim o mundo segue nos multiplanos existenciais, o que hoje e matéria amanha e apenas uma partícula de luz que vaga por um pluriverso transcendente.

O livro contos reflexivos do andarilho do pluriverso se encontra pronto, aguardando editora para publicação.

Paulo César de Castro Gomes.

Graduado em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira Goiânia, pós-graduado em docência universitária superior pela Universidade Salgado de Oliveira Goiânia, pós graduando em Criminologia e Segurança Publica pela Universidade Federal de Goiás. (email. paulo44g@hotmail.com)