PRISCILA ( minha filha amada)
P R I S C I L A
Provavelmente um dia
Você possa entender-me de verdade
Perceber o significado por detrás de cada ato
Ver que é apenas amor de pai!
Que na ânsia de te fazer feliz
Esteja fadado a errar demais
Resta-me apenas o seguinte desejo
Que mesmo um dia após minha partida
Ou quando os anos já tiverem levado minha juventude
Você possa entender minhas atitudes
E não me relegue a um espaço solitário e vazio
Ou a mercê dos dias e das horas
Inda irei ter que levar comigo esta dúvida louca
Do teu amanhã tão incerto e imprevisível
Sem saber como serás como ser humano
Ou como serás como filha
Pois sempre levamos conosco as mágoas de sermos corrigidos um dia
E nem sempre somos capazes de perceber a realidade dos fatos
Saberei entender se pelo menos quiser partir
E viver além do que pudemos te proporcionar
Pois nunca tivemos muito
Mas no pouco que conquistamos é seu também pra levar
E mesmo que não seja um imenso tesouro valioso
Foi conquistado com muito esforço para que você pudesse ter com o que começar
Como explicar o que é ser um pai
Ou ser uma mãe ninguém sabe...
Apenas somos e pronto!
Por que na vida tudo é relevante e incerto às vezes
E com os anos aprendemos a nos aperfeiçoar
E sermos melhores em tudo...
Irá um dia agradecer meus esforços
Mesmo que de forma indireta e discreta
Reconhecer que fomos fundamentais para seu futuro
Pois não há história sem personagens
Nem mesmo personagens sem ter um criador
Assim foi maravilhoso o dia em que DEUS nos presenteou com você
Lembre-se sempre menina
Que a vida dá a cada um que ela deseja e busca
E que nossas raízes são à força de nossa existência
E que sabermos de onde viemos e quem somos
Faz de nós pessoas melhores,
Por que recebemos o privilégio que muitos não tiveram
Ainda que nunca entenda que entendemos você
Ainda assim saberá um dia
Mesmo depois que a morte me levar para sempre
O quão maravilhoso foi para eu ser teu pai
Que pelos acasos do destino talvez...
Eu não puder ser muito mais
E simplesmente saberei que fiz tudo o que pude por você!