CHUVA FINA
A chuva fina cai à revelia,
Como a tocar piano na vidraça,
Dando aos telhados uma assepsia
Enchendo as ruas de charme e graça.
Nos guarda-chuvas faz estrepolia,
Na pressa das pessoas pela praça;
A sua dança é como acrobacia,
Molhando a cabeça de quem passa...
Mas para mim é dor que alucina,
Pois foi num dia, assim, de chuva fina,
Que meu amor se foi e não devia...
E, desde então, a chuva fina e ingrata,
Cai dos meus olhos, feito uma cascata
De solidão, saudade e agonia...
Jorge de Oliveira
CHUVA FINA
C huva trás ela de volta
H armoniza este coração
U ma cascata de lágrimas no chão
V em e acabe com esta solidão ou
A cabe de vez com a paixão.
F oi com estes versos
I nspiração de um momento triste
N a chuva todo o universo
A contece por saber que ela existe.
Angélica Gouvea