MANOEL DE BARROS - PEQUENA HOMENAGEM
M urmurante tanto escrevinhou que me fez desaprender
A lternante tanto espiralou que me ensinou desentender
N avegante tanto pululou que me forçou desprender
O ndulante tanto rodopiou que me provou o des ( h ) aver
E stonteante tanto atordoou que me ousou desaparecer
L uxuriante tanto brilhou que me provocou o desescrever
D eixe-me, mas sinta-se (des) ocupado por fazer-me amá-lo
E nlace-me, mas envie-me (des) atino por fazer-me seguí-lo
B alançando a memória da gente convida às suas andanças
A lcançando a vitória da gente intimida outras naveganças
R ealizando a estória da gente duvida das desgovernanças
R echaçando a gloria da gente elucida todas as cheganças
O perando a cantoria da gente translucida as esperanças
S ilenciando a alegria da gente engravida todas as alianças
Meu querido e amado
Meu amado e safado
Meu safado e guardado
Meu guardado e sagrado
Meu sagrado e estimado
Meu estimado e inspirado
Meu inspirado e querido
(Des)estará sempre nesse meu ciclo de amor
(Des)contará sempre por ser meu guardador
(Des)vivenciará sempre em meu doce humor
(Des)anuviará sempre o não sentir puro fervor
(Des)inventará sempre a estrada pelo furor
(Des)proverá sempre a quantificação de valore
(Des)estabelecerá sempre a invenção do calor