MANOEL DE BARROS - PEQUENA HOMENAGEM

M urmurante tanto escrevinhou que me fez desaprender

A lternante tanto espiralou que me ensinou desentender

N avegante tanto pululou que me forçou desprender

O ndulante tanto rodopiou que me provou o des ( h ) aver

E stonteante tanto atordoou que me ousou desaparecer

L uxuriante tanto brilhou que me provocou o desescrever

D eixe-me, mas sinta-se (des) ocupado por fazer-me amá-lo

E nlace-me, mas envie-me (des) atino por fazer-me seguí-lo

B alançando a memória da gente convida às suas andanças

A lcançando a vitória da gente intimida outras naveganças

R ealizando a estória da gente duvida das desgovernanças

R echaçando a gloria da gente elucida todas as cheganças

O perando a cantoria da gente translucida as esperanças

S ilenciando a alegria da gente engravida todas as alianças

Meu querido e amado

Meu amado e safado

Meu safado e guardado

Meu guardado e sagrado

Meu sagrado e estimado

Meu estimado e inspirado

Meu inspirado e querido

(Des)estará sempre nesse meu ciclo de amor

(Des)contará sempre por ser meu guardador

(Des)vivenciará sempre em meu doce humor

(Des)anuviará sempre o não sentir puro fervor

(Des)inventará sempre a estrada pelo furor

(Des)proverá sempre a quantificação de valore

(Des)estabelecerá sempre a invenção do calor

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 28/07/2015
Reeditado em 02/08/2015
Código do texto: T5326203
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